Este apeadeiro foi um dos mais procurados pelos habitantes locais. Testemunhou a vida de diferentes gerações que aqui esperavam o comboio e as levava para diferentes destinos. Testemunhou a triste despedida das famílias, que viram partir os seus filhos rumo às ex-colonias africanas e deste comboio que por cá passava havia sempre a esperança de notícias boas que o vagão-correio truxesse. O dia 1 de Janeiro de 1990 foi fatal para este apeadeiro. Este espaço ainda foi ocupado pelo filho de um ex-funcionário da CP, que ali montou uma oficina de motocicletas.
No que diz respeito à localidade de Parada de Aguiar, outrora chamada de Parada do Corgo, fica aqui um convite às pessoas, feito pela simplicidade de uma criança, numa pequena redação a apresentar na sua escola:"Eu gosto muito da minha aldeia. Na minha aldeia há algumas fontes. Uma delas fica no cimo do povo, perto do tojal.Parece uma fonte importante porque até tem umas pedras redondas, em abóbada, como aquelas das igrejas e outros monumentos.Tem dois bancos de pedra. Mas nem os bancos nem a fonte estão como eu gostava que estivessem. Eu acho que a fonte é muito bonita, só que está muita feia! Faz-me lembrar aquelas pessoas bonitas, mas que não se lavam, nem se penteiam e ficam feias por causa disso.Dizem que é muito antiga. Mas não deve ser tão antiga como parece. Outro dia passei lá e parecia já bastante velha!Chamam-lhe a fonte do mouro. Mas ninguém sabe porquê. Parece que nunca ninguém escreveu nada sobre a história da minha aldeia. Por acaso eu gostava que houvesse uma biblioteca na aldeia pra eu e os meus amigos podermos ir pra lá ler e escrever e fazer outras coisas.Eu acho que se os adultos que mandam na minha aldeia quisessem aquela fonte podia ficar muito bonita, e dar vontade às pessoas de ir visitá-la, e tirar fotografias junto dela, e assim." Joãozinho"