Vidago é uma freguesia portuguesa do concelho de Chaves, com 6,40 km² de área. Densidade: 185,3 hab/km². É conhecida pelas suas águas.

Vidago está situada a quinze quilómetros de Chaves, sede do concelho a que pertence. Fica na zona sul da circunscrição, sendo atravessada pela estrada nacional nº2. A vila está localizada no fundo de um vale apertado onde confluem o rio Avelames e a Ribeira de Oura, em cujas margens se plantam videiras. Em volta estão as serras do Alvão e da Padrela.

A norte está o pico de Santa Bárbara, local de grande passado nacionalista. O vale, em tempos muito arborizado está agora mais despido de vegetação, por ter sido, na década de 80, vítima de incêndios devastadores.

Vidago é ainda conhecido pelas suas águas termais e pelo ex-libris da vila: Vidago-Palace Hotel. As águas de Vidago, muito especialmente as da nascente n.º 1, de uma alcalinidade superior a qualquer água portuguesa, excedem também em alcalinidade a de Vichy. Na Europa só há outra estância, onde se dão injecções de água viva, Uriage (França). Tais injecções são intramusculares, para a cura de eczemas, coriza hidroreica, urticária, bronquites, asma, etc.

Martiniano Ferreira Botelho (1853-1939) foi um médico, farmacêutico e político português que escreveu a sua tese de doutoramento sobre as águas de Vidago: "Breve estudo sobre as águas alcalino-gazósas das Pedras Salgadas", que se encontra disponível na Biblioteca Nacional Digital.

Há quem diga que Vidago foi uma estância termal no tempo dos Romanos, que ali iam fazer as suas curas e tanto bebiam como lavavam os seus corpos nas santas águas, para curar os seus males. Sabe-se que o seu povoamento é muito anterior ao século XII, embora nessa altura não passasse de uma aldeia sem mais importância do que as circunvizinhas. É natural que o lugar já fosse povoado em épocas pré-romanas, como se deduz da arqueologia, da topografia e da própria toponímia locais, visto que não só a sua situação geográfica a tornava própria à defesa estratégica, como também a riqueza da região em águas minerais não seria desaproveitada pelos Romanos, que sempre usaram as nascentes termais, onde se encontravam.

Esta aldeia pequenina, que estava como lugar pertencente à freguesia de Arcossó, passava despercebida na geografia continental. Em 1863, Manuel de Sousa, lavrador desta localidade e natural da risonha aldeia de Vidago, vindo de uma das suas propriedades, ao passar pelo Souto, terreno pertencente a João das Fragas e Aurélia Rita, denominado “Palheiros”, debruçou-se sobre uma pequena poça para beber água, a qual nem para regar era aproveitada, visto a sua nascente ser insuficiente, perdendo-se na terra lavrada.

Manuel de Sousa, fosse pela sede que levava, fosse pelo destino que o celebra como achador da água, bebeu dela e achou-a picante, logo encontrando boa disposição no seu estômago, do qual sofria de enfartamento. Já que havia encontrado tal alívio, continuou a beber da mesma água, transmitindo depois o achado à sua parente D. Júlia Vaz de Araújo, que foi quem as levou, logo de seguida, ao conhecimento do Dr. Domingos Vieira Ribeiro, que tinha a sua residência em Chaves.

No mesmo ano da sua descoberta foram levadas para análises doze garrafas de água mineral, alguns espécimes de rocha, terra e resíduos, para o Laboratório da Escola Politécnica. Logo que as águas foram descobertas, e quando se faziam as respectivas análises nos laboratórios químicos de Lisboa e Porto, o Dr. António Vítor de Carvalho e Sousa, da aldeia de Vila do Conde, olhava com admiração a nascente da qual brotava a água que amainava o seu padecimento de gota que tanto o atormentava. Então, o Dr. Carvalho e Sousa, maravilhado com tão bom resultado deste achado, mandou fazer à sua custa a fonte que primeiro teve a honra de figurar no local da emergência.

As garrafas de água mineral, Salus e Campilho são extraídas em Vidago. A vila, foi em tempos um dos balneários termais, mais visitados em Portugal. A água é, aparentemente eficaz no tratamento de problemas digestivos, pois contém bicarbonato de sódio e, de acordo com folhetos publicitários, elementos radioactivos. O “spa” está hoje encerrado.

A vila termal, teve um período de esplendor 1875-1877 quando o Rei Luis I, fez visitas consecutivas. A fama dos poderes curativos das águas espalhou-se tão longe que, em 1876-1889, foram premiados, em Madrid, Paris, Viena e Rio de Janeiro.

Um impedimento para o desenvolvimento da Vila, foi a dificuldade de transporte. Os “hospedes” vinham em transportes do Porto, que utilizam estradas que eram muitas vezes, pouco mais que um caminho. Finalmente, em 1907 o caminho-de-ferro, da Régua a Vila Real foi prolongado até Pedras Salgadas, vinte quilómetros ao sul de Vidago. Três anos depois, o primeiro comboio chegou à estação de Vidago. Depois disso, as Termas assumiram uma popularidade renovada. Quando o Hotel Palace foi construído, era o mais luxuoso da Península Ibérica. Havia bailes, quadras de ténis, e campos de Golf e, na ilha do lago havia uma espaçosa pista de patinagem.

Com o passar dos tempos, a vila de Vidago foi perdendo o seu aureo explendor turístico. Diversas catástrofes incidiram sobre esta terra. Os catastróficos incêndios florestais acabaram com a beleza natural que emoldurava Vidago, o abandono e consequentemente desaparecimento da Linha Ferroviária fez diminuir e muito a procura turística desta região e o famoso hotel com as suas 365 janelas foi-se degradando com o passar dos anos.

Actualmente, nota-se um grande empenho das respectivas entidades para retomar a procura turística, passando pelo restauro integralmente do hotel palace e não só, mas também a procura de quem invista, criando novos empregos e aumento de uma qualidade de vida social, porém tudo isto muito lentamente porque por infelicidade o comboio que um dia testemunhou a vinda de milhares de turistas contribuindo para o desenvolvimente desta região,  não faz parte deste processo de empenhamento.

Apenas uma curiosidade:

Pouco tempo antes de fechar as suas portas ao comboio, a estação de vidago foi cenário de um filme alí rodado, numa cooprodução espanhola que em 1990 encheu de entusiasmo as gentes desta vila.

Fica aqui uma ligação onde podem ver os cinco episódios desta série que marcou a despedida de Vidago de Um Comboio Chamado Texas.https://www.rtve.es/television/jinetes-alba/

A estação foi fechada e assim permaneceu durante alguns anos, tendo sido recentemente restaurada para reinstalação  do  Museu da Região de Vidago que juntamente com a Biblioteca parecem dar mais vida a este edificio e a este local fantástico que é a estação ferroviária de Vidago.